Sempre sentira a necessidade de ilustrar algumas das minhas memórias infantes. Época em que a imaginação tinha uma elasticidade sem precedentes; voava alto e dava rasantes sobre a minha própria cabeça. Desde à tenra idade juntava fatos reais e probabilidades para construir um mundo bastante particular. A timidez favorecia uma introspecção profunda a ponto daquela criança tanquinhense, chamada de Bié, sentir-se uma pessoa invisível, um peixe fora d’água ou, ainda, um pássaro de rumo incerto. Sentia-se apenas notada por seus desenhos, caracterizados não apenas como garatujas ou rabiscos sem sentidos, neles havia um nível de consciência e consistência advindo de um observador com boas predileções artísticas (Gabriel Ferreira).
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