sexta-feira, 15 de julho de 2011 0 comentários

Entrevista: Juliana Moraes

"Sempre soube que advocacia ficaria em segundo plano"

Cantora e compositora, Juliana Moraes é uma artista em plena ascensão no cenário musical baiano e já ultrapassou as fronteiras do estado. Vivendo 100% para a música, ela integra o grupo Samba d'Ju que realiza uma temporada de shows em terras feirenses. 


Foto: Assessoria de Imprensa

 Hoje tudo que eu faço é pensando na minha música.

O que mudou de mais significativo e o que mais permanece na menina Ju desde quando ela cantou “Ai, que saudade da Amélia”, passando pela que soltava a voz no Ruído Rosa e a que faz o público se acabar de sambar no Samba d’Ju?

Muita coisa mudou! Mais uma coisa continua acontecendo até hoje, quando cantei pela primeira vez não sabia o que estava fazendo, mas tive a primeira ligação com o público, aquilo me arrepiou dos pés a cabeça, como ainda acontece nos shows de Samba d’Ju.

É uma sensação incrível, saber que você está sendo ouvida e passando alguma mensagem através da música.

O que mudou? Além da maturidade que só o tempo nos dá, comecei a viver pra música. Hoje tudo que eu faço é pensando na minha música. Eu não saio de casa sem meu mp4, pesquiso muito, procuro sempre produzir coisas novas e acho que cada dia mais as coisas vão melhorar.

O projeto Ruído Rosa é muito diferente do projeto Samba d’Ju. Como foi sair de um pop rock para o samba? Como Nanda Duarte e Juan Santiago entraram em sua vida artística e influenciaram essa decisão?

Nanda Duarte, Ju, Juan Santiago
Nanda e Juan são meus amigos há quase 10 anos, nos conhecemos no colégio. Com Nanda eu descobri o que é uma amizade verdadeira e como isso pode nos ajudar na sintonia musical, disso nós juntamos os sonhos com a inquietude de mostrar o que estávamos aprendendo a fazer que a Ruído Rosa surgiu. Era um projeto muito amador! Só existia porque éramos muito cara de pau (risos).

Quando a Ruído Rosa acabou, eu precisava de um time pra saber o que eu queria da vida. Depois de mais de um ano sem tocar, eu já prestes a explodir, Juan reapareceu com a ideia de montar uma banda de samba. Aquilo me soou muito bem! Tão bem que nem pensei, aceitei na mesma hora. E fui vendo que aquilo era o meu lugar, como se eu tivesse nascido pro samba e como se tudo que eu fiz ou passasse a fazer naquele momento fosse virar samba. E VIROU! Juan me mostrou que não precisamos ter medo, que a música é universal e o samba... é tão universal quanto.

Em que momento sentiu que a advocacia iria ficar para segundo plano? Hoje, existem outras atividades que concorram com o seu fazer artístico?

Sempre soube que advocacia ficaria em segundo plano, mas eu tinha medo de largar a carreira, porque, por mais incrível que pareça, eu ia muito bem nela. Só que eu me enganava, sempre tentava pegar mais trabalho do que eu podia, tentava esquecer e esconder o meu lado artístico. Um dia um dos meus chefes me chamou na sala dele e falou: “Se você não tivesse o dom incrível que você tem, seria uma das minhas melhores advogadas.”. Quando saí da sala dele, parecia que tudo tinha mudado dentro de mim. No dia seguinte pedi demissão.

De lá pra cá, nem penso mais na advocacia, estou 100% focada na música. Se estou malhando, estou pensando na minha performance. Se estou na internet, estou pesquisando, respondendo aqueles que admiram meu trabalho, divulgando e cobrando (risos). Eu não paro um minuto. TUDO pelo meu sonho, tudo por esta banda.

Você prefere compor ou cantar? Realiza-se mais em qual dessas atividades?

Não consigo distanciá-las. Acho que é algo muito meu! Eu adoro as minhas músicas, eu amo escrever. Mas só escrever não é o bastante, eu gosto de cantá-las. Eu tenho ciúmes das minhas músicas, até hoje não consegui passar nenhuma delas pra outros intérpretes, mas ainda vou me desapegar.

Acho que a cantora que sou hoje se deve muito a compositora que ainda está nascendo. Sei que nos dois ainda tenho muito pra mostrar e no que melhorar. Aguardem.

Os artistas em geral começam no interior e saem para ganhar a capital. Você foi estudar em Salvador, acabou se estabelecendo artisticamente por lá e, agora, vem realizar um temporada em Feira de Santana. Como é esse processo inverso? Sente diferença de um público para o outro?

Foto: Assessoria de Imprensa
O processo é inverso porque foi a ordem natural que assim o fez. Acho que a nossa música é algo muito diferente do que já se tem no mercado e muitas vezes, a primeira vista, não tão fácil de atingir a todo e qualquer público. Acredito que precisávamos de mais maturidade aqui, criar uma boa base para levar aos outros lugares uma Samba d’Ju “redonda” e segura, como hoje ela está.

O público é sempre maravilhoso, tanto em Salvador quanto nos outros lugares. Mas tocar em Feira tem sido único, a gente mal chegou e já sinto uma energia e uma sintonia com o público que normalmente levamos mais tempo pra conseguir. Tem sido bom demais.

O que espera dessa temporada em terras feirenses? O que podemos esperar de Samba d’Ju?

Espero que consigamos conquistar o carinho e a atenção de cada um de vocês e em troca só queremos essa energia incrível que nos tem passado todos os sábados.

Nós daremos o melhor e a cada sábado muitas e muitas novas emoções, muito samba e alegria a todos vocês.

Entrevista: Nívia Maria Vasconcellos
Fotos: Assessoria de Imprensa

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